Amigos, alguns, vão e voltam para o nosso cotidiano sem nunca terem saído de nossas vidas. Assim é com Jujuba, colega lá no início da jornada, amiga logo depois e que agora, quase 20 anos na frente, retorna à cena no mesmo ambiente de trabalho. Tão doce quanto o apelido, tem me abastecido de delicadezas que brotam em volta da sua casa, no mato, como gosta de lembrar, como sonhou. - Ai, que coisa mais linda! - paraliso na frente da sua mesa com os olhos fixos na garrafinha com a flor estranha. - Ah, isto é inço lá em casa. - Como assim? Desde quando bromélia é inço, amiga? Tens um tesouro nas tuas terras e não me contavas!Amigos costumam dividir seus tesouros, mesmo quando não são assim tão abundantes como as flores da "floresta" da Jujuba. Então, na sexta-feira, encontrei um buquê de "inço" colorido ao lado do teclado. Surpresa de quem acordou mais cedo para colhê-los - pensei e me derreti. Quando fui ajeitá-los à tardinha em casa, olhei para o lado e encontrei o gnomo adesivado na vidraça. Estranho, algumas coisas que nos acompanham por muito tempo parece que ficam invisíveis... - Há quantos meses não te via, criatura - falei com os botões encarando o duende que mora aqui desde aquela época da chegada da Jujuba na minha história. Primeiro presente seu que já projetava o roteiro da amizade. Apostando que ela não deve mais lembrar dele, aí está ele abrindo o post de hoje para surpreendê-la. Obrigada, Ju! Que a nossa alma menina, ajustada a nossa (pequena) estatura, nos garanta continuarmos assim: criançonas que se renovam com surpresas e acreditam, sim, no invisível, como amizades compartilhadas também em longos períodos de silêncio (e em gnomos, por que não?).





