Nosso último domingo foi daqueles dias que sabemos de antemão entrarão para a história prometendo que jamais o esqueceremos. Depois de muitos anos passando as festas cada um no seu ninho, reunimos irmãos, cunhados, tios e primos da família do marido para uma confraternização antecipada de Natal. E para trazer o tempo de volta, penduramos imagens da velha e boa época das crianças pequenas, vizinhas, convivendo diariamente num vaivém entre as casas e quintais, e também dos avós, que hoje moram no céu. Corações dos pais se derreteram na frente de seus filhotes dando os primeiros passos em direção à escalada dos anos, que mal sabíamos, pegaria uma velocidade tão grande. Corações dos primos se enterneceram ao se reverem tão próximos, cúmplices, amigos.
O dia também assinalou com exclamação os 30 anos! de nosso casamento, e outro varal reuniu registros dessa caminhada compartilhada por quase 4 décadas, e ganhou ares de troféu. Lá fora, o almoço tradicional dos gaúchos fica sob responsabilidade dos meninos e dá folga às cozinheiras.
Mas antes de dividir o churrasco nosso de cada domingo, momento da sobrinha dar voz ao que pede para ser dito em cada um de nós e, engasgados, agradecemos a união em comunhão.Na companhia dos sobrinhos-netos, fomos em busca de outras emoções. José, Maria e Jesus pediram licença às fadas e neste Natal foram morar na casinha muito engraçada delas, sem portas e com teto de bacia de barro, num recanto do jardim. Como guardiãs da cena sagrada, postaram-se uma em cada lado das paredes externas, e para dividir tanta responsabilidade, pediram ajuda ao coelho da Páscoa, vigilante no pé da morada. À noite, as luzinhas tratam de multiplicar a graça do cenário do presépio. Em duas mesas fartas...
de sabores e conversas, um brinde à colaboração de cada um nas ideias e mão-de-obra. E acompanhando a sobremesa, a troca de presentinhos feitos em casa, única regra do grupo coeso na proposta de reduzir o consumismo desenfreado dessa época (Teresa, reconheces a caixa ali atrás?). A criatividade também foi farta, recheada de boas surpresas e provou que, quando movidos à boa vontade, descobrimos dons para produzir e presentear com autenticidade. Textos, guirlandas, biscoitinhos (herança dessa tia às sobrinhas que muito me orgulha), bolinhos, calendários e até saquinhos de pipoca passearam pela sala entregues pelos ajudantes mirins.
Para as lembrancinhas da família anfitriã, escondidinhas aí atrás do castiçal gêmeo do da Laély, preparei muffins com casinhas de biscoitos, receitas de duas amigas que de tão sintonizadas, foram parar na mesma página do meu fiel companheiro de décadas. Os biscoitos de mel da Lu Gastal e os bolinhos da Ana Sinhana casaram com tamanha harmonia, que já teve até gente querendo encomendar. Mas este ano, a confeitaria está trabalhando apenas para o consumo interno, sorry. Clique na imagem para pegar a receita. As tradicionais casinhas de gingerbread eram sonho dos mais antigos nessa confeitaria doméstica. Faltavam os cortadores, mas via Submarino, consegui "importá-las" dos EUA, junto com um micro-livro que foi a maior a decepção quando chegou. Só depois da primeira remessa pronta parei de me xingar e me rendi aos encantos das pequeninas. Não são muito fofas?Nossos convidados levaram outro mimo para casa, também com produção caseira, mas isso é assunto e surpresa para o próximo post. Parece que Papai Noel assoprou umas ideias por aqui e teremos uma promoçãozinha relâmpago rolando na semana do Natal. Fique de olho que eu fico sempre feliz em recebê-los. Que a casa, real e virtual, continue cheia de trocas, laços renovados, abraços, inspiração... Amém!