sábado, 6 de março de 2010

Presentes dos Reis Magos em fevereiro (capítulo 3)

Na véspera da despedida de Praia Grande, o roteiro das turistas no Espírito Santo guardava outras surpresas conduzidas por gentilezas de capixabas que deixaram sua boa-vontade, que vale ouro, carimbada em nosso coração perfumada de incenso e mirra. Chegamos ao alto do morro que abriga a Igreja dos Reis Magos, em Nova Almeida, graças à mão estendida em forma de quatro rodas de nosso anfitrião hoteleiro, um gesto sem preço que nenhum cartão de crédito pensaria em usar na sua publicidade. O Sol já se preparava para dormir atrás das montanhas, e nossa perspectiva era de encontrar o templo fechado. Mas fomos salvas pelo horário estendido do feriado de carnaval, outra bênção que nos fez rir à toa e acreditar que o crédito de tanta sintonia deveria ser mesmo dos Magos que habitam a atmosfera do lugar (histórico).
Do mirante, o mar exibe sua imensidão em comunhão com a imensidão do céu, e nessa palheta de azuis prateados, impossível não reconhecer o sagrado...

que continua banhando o olhar à esquerda pelo rio que também leva o nome dos Magos...

e funde-se ao mar bem à nossa frente (ops, às nossas costas, só no momento do clic).

O passeio ao segundo ponto turístico mais visitado no ES (o primeiro, Convento da Penha, coincidentemente foi a nossa primeira visita no estado), deu o que falar, pensar, meditar... Assim como a mandala esculpida em uma das portas da igreja, viajar exercita também a capacidade de focalizar no nosso centro, e a permitir que o imprevisível circule livre em volta. Graças a Deus, e aos gentis anfitriãos, como presente maior, giramos em harmonia com tudo e todos que brincaram de cirandar com essas viajantes.

E como a roda continuou girando, vem aí o episódio tão esperado: Eu estive lá, na cidade da Lá, na casa da Lá, na sala da Lá!

segunda-feira, 1 de março de 2010

Pouso certeiro na orla capixaba (capítulo 2)

Se olhar fotos é passaporte que nos devolve a cenas que nos tocaram, postar, com certeza, tem esse efeito multiplicado. De volta ao ninho, selecionando as quase 5oo imagens registradas pelos caminhos do Espírito Santo, minha alma se transporta para cada cantinho e situação que marcaram seu lugar no coração preenchido de gratas novidades. A memória ativada se encarrega da mágica de voltar no tempo, com direito aos cheiros, sons, gostos, canais que conectam no mesmo instante com as alegrias, surpresas, encantamentos, insights, descobertas e outras emoções que fizeram da experiência um laboratório de tantos aprendizados e diversão. Então, seguindo o roteiro organizado pela Laély, volto ao nosso segundo dia em solo capixaba, rumo ao litoral, com a promessa de temperatura mais amena. Deixamos Vitória que "fervia" em 38º, fizemos a parada para o almoço no inesquecível Ninho da Roxinha e seguimos mais um pouco, para Praia Grande, onde tínhamos pouso reservado garimpado pela nossa super guia.

Encontramos um "mar de tranquilidade" a poucos passos da praia de pequenas ondas limpas e poucos banhistas de meio de semana e muito, muito mais do que poderíamos esperar... Assim como a lua crescente que nos acompanhou nas noites à beira-mar, os cuidados e gentilezas conosco dos anfitriãos Marcelo, Adriana e Tiago cresceram a cada dia, nos surpreendendo e sensibilizando. Acolhidas e bem-cuidadas (quase mimadas), as gaúchas logo se sentiram em casa e fizeram do Canto da Lua o QG de três dias de muito sol, preguiça, leitura (sim, Laély também nos abasteceu de revistas quando nos entregou à pousada) , boa comida, boa música (o som ambiente na área externa mescla diferentes estilos que embalam os hóspedes do café da manhã ao fechamento do bistrô)...

Do bistrô namora-se o mar em dupla com a "moça" embonecada de olhar plácido que escolheu a janela para ver o dia passar.
Um convite à contemplação emoldurada pelos coqueiros carregados dos frutos que hidratam os banhistas.
Mas como paz demais também entedia as urbanas acostumadas a movimento, nas areias da Praia Grande-Fundão vale experimentar uma brincaderia de menino, sem medo do mico, vantagem de turista que está a mais de 2 mil quilômetros do seu reduto, com nenhum conhecido por perto.
E lá fomos nós recarregar a adrenalina no curto passeio a não mais que 20 quilômetros/hora, desbravando a pista só nossa, sob olhar curioso de meia dúzia de banhistas. Aventura banhada de sol a pino e regada de risos infantis, do início ao fim, para lavar ainda mais a alma.


Mar ou piscina? Separados por poucos metros, nessa fartura de opções para refrescar, por que não abraçar todas as possibilidades...
E fazer de conta que a tarde fica mais tropical acompanhada de uma cervejinha, mesmo que sejam apenas três goles para quem prefere, sempre, uma Coca bem gelada?

Suco de acerola, pão de queijo quentinho, bolo feito em casa, café novinho, ô vidão começar o dia assim...
Continuar o roteiro pelo cardápio do bistrô no almoço, lá pelas 2 da tarde, com escondidinho de aipim com carne seca...

E no grande final, se entregar ao salmão ao molho de maracujá, no jantar à luz da lua.

Os pratos são criação de Marcelo, psicólogo de formação, proprietário e administrador do Canto da Lua, estudante de Gastronomia. Além desses múltiplos dons, talentoso no ofício de bem-receber e, antes de tudo, uma pessoa que nos fica representando todos os outros capixabas, sem exceção, que nos impressionaram pela hospitalidade e gentileza incomuns.

E seguimos para Santa Teresa, para a sala da Lá, ops, para a casa da Lá, mas antes disso, uma visita à Igreja dos Reis Magos, logo, logo, no próximo post.