... brotou da noite para o dia na terra batida da área em construção, e entre exclamações alardeadas aos humanos da casa, em estado alterado pela surpresa nunca vista, chamei também o povo pequeno, que mora no jardim.
Logo embrenharam-se pelo campo de "chapeuzinhos vivos". Era visível que até eles, acostumados à natureza farta dos cogumelos, eram só admiração e alegria.
Aquele que vive da colheita observou de perto a espécie, que nasce como grão de arroz, horas depois ganha caule e corpo branquinhos e, em menos de um dia, "amadurece" e, crescido, se pinta de tons de cinza.
Ainda meio incrédulos, buscaram Alfredinho, um dos moradores do baú, para confirmar que a cena não era miragem.
O gnominho ancião percorreu caminhos pelo bosque encantado, examinou aqui e ali e depois ponderou: "Quem acredita que é preciso crer para ver, mais dia, menos dia, acaba por ver o fruto da sua fé". Observando-os bem de perto, também ouvi o recado, pelas ondas do coração. Agradeci, literalmente de joelhos, ter confiança no invisível e olhos para ver. E ...
... tratei de aproveitar mais um pouco a linda e inusitada inspiração (efêmera, pois da floresta, hoje só restam alguns poucos cogumelinhos). Mãos à obra para reproduzir e assim registrar, não só pelas fotos, o "milagre" do domingo. Para confeccionar os cogumelos, recortei círculos de mais ou menos 8 cm de diâmetro.
Alinhavei como para fuxico, recheei com plumante...
... e prendi num pedacinho de galho seco.
No de feltro, bordei as pintinhas.
Na minha "floresta", as árvores anciãs abrigam grande quantidade de cipós. Adoro. Quando faz-se limpeza no quintal, busco alguns do monte destinado ao lixo, e mesmo vendo alguns narizes torcidos, guardo-os ao Sol até secarem. Estão prontos então para serem também torcidos, amarrados, formando guirlandas rústicas, base para um sem fim de ideias decorativas, apesar de gostar muito delas assim, nuas, só com um adereço simples. Mas hoje o projetinho é outro. Amarrei os cogumelos com cipós finos à guirlanda e comecei a gestação do serzinho para aquele cenário.
Costurei à mão um tubinho de malha de algodão, com diâmetro de pouco mais que um dedo, e enchi com plumante. Amarrei a parte de cima e fechei a de baixo, franzindo.
Fiz um gorrinho com feltro e costurei no meio da parte de baixo, para formar as pernas, e dos dois lados do corpo, para dar a impressão de mãos no bolso. (Esta é uma miniversão dos bonequinhos de tricô que muito tricotei. Uma hora dessas faço uma sessão nostalgia e mostro.)
Pintei calça e blusa com tinta para tecido. Bordei olhinhos e boca.
E lá foi ele morar entre os cogumelos, que ganharam também um passarinho xadrez.
E vejam quem voltou a se espantar? - Nosso amiguinho, não se assuste, ele é um pequeno e bom camarada, e ela, a humana, promete deixar seu povo em sossego nos próximos dias. (Ouço-os dizendo, em coro: Amém!)
Atualizando: O Fabiano Mayrink, do blog Musgo do Campo, menino apaixonado pela natureza, seguiu a lição direitinho e fez seus cogumelos. Vejam que lindinhos, junto a uma pinha!