sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Pizza do filho em bela produção do afilhado



Porque eles sabem o que gostam de fazer e fazem com gosto, um brinde à parceria
dos meus meninos talentosos e felizes em seus caminhos de criação. Amém!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Bom



Sonhos muito antigos, infelizmente, muitas vezes acabam esquecidos em alguma gavetinha emperrada pelo tempo. Lá, cada vez mais empoeirados pelas urgências do hoje, perdem a chance de ganhar corpo e voz na realidade, e assim vamos semeando vazios camuflados em nós, num jogo perigoso, não é mesmo? Mega sonhos, micro sonhos, não importa tanto a sua grandeza, mas seu significado e repercussão, tanto na concretização, quanto no abandono.
Pensei muito sobre esta questão assim que recebi o telefonema de um amigo antigo,  nunca perdido pelo esquecimento. Era uma convocação: - A macieira tá carregada!! Não vais perder a chance de vê-la, né?
Derretida com a delicadeza do gesto e eufórica com o sonho de criança à vista, vesti minha menina da alma com sua capa vermelha e lá fui eu, "pela estrada afora", atrás das maçãs, nunca vistas no pé.

Sim, um verdadeiro milagre me esperava. Um milagre rubro e sumarento, graça concedida a um lobo  de grande fé. Fé que lhe apoiou na ideia revolucionária de plantar macieiras num clima totalmente avesso ao adequado, com temperaturas que beiram os 40 graus, quando sabemos que a árvore necessita de muito frio para frutificar. Mas quem diz que o improvável é justificativa para os abençoados pela teimosia engenhosa? Às vezes, é preciso dar um empurrãozinho no rumo das coisas, e foi o que ele fez. Com imensa boa-vontade e paciência, polinizou as jovens árvores manualmente, feito um inseto delicado ou um vento predestinado. 


E pelo segundo ano, a colheita é farta, a recompensa é justa e a luz dos olhos do sonhador, comovente! 
Trouxe um cesto cheinho de ensinamentos e crenças positivas fortalecidas, além dessas belezuras de sabor especial, tratadas como rainhas, bem longe de qualquer veneno químico, mimadas pelas mãos firmes e suaves e o coração bom e sábio do amigo querido. 
Quanta riqueza ter amigos que cutucam o que não deve morrer nunca em nós com um sopro corajoso de esperança! 
Pra eternizar o momento também pelo paladar, usei algumas das frutas recém-colhidas para preparar o "bolo de maçãs inteiras", receita que sempre causa aquela expectativa gostosa na hora de cortar. A receita adaptei daqui.


“Qual é esse processo do espírito e da semente cheio de fé que toca o solo nu e o torna rico de novo?
Não tenho a resposta completa.
Só sei o seguinte: aquilo a que dedicamos nossos dias pode ser o mínimo que fazemos, se não compreendermos também que algo espera que a gente abra espaço para ele, algo que paira perto de nós, algo que ama, e que espera que o terreno certo seja preparado para que ele possa se revelar." (Clarissa Pínkola Estés, do livro "O Jardineiro que Tinha Fé")
Amém!