sábado, 19 de setembro de 2009

Férias (deliciosas) de 24 horas - 3º capítulo

Às portas de um paraíso de bom gosto (e muitos gostos bons), as passeadeiras param para um clic. A Casa Vanni é daqueles lugares que a gente adivinha o encanto no primeiro olhar e confirma a impressão quando já na entrada começa a bater a pé para poder ficar no seu aconchego por todo o tempo do mundo.

O espaço conjuga o Café Pranzo al Sacco, que oferece cafés, sucos, vinhos, espumantes, produtos coloniais, tortas, doces, e o Restaurante Riso Pasta & Basta, que serve a culinária italiana, ao meio-dia com a la carte de massas, risotos e carnes, e jantares sob reserva, tudo sob o comando da chef Jerusa Vanni.
Na terça-feira, lírios brancos perfumavam o ambiente colorido pela chita nas mesas...
e nas luminárias, com direito a brinde da amiga ...
e descanso no cantinho charmoso, com destaque especial às poltronas retrôs...
e ao tapete de ladrilhos hidráulicos.
A cristaleira guarda pequenos tesouros em louças.
A bolsa da griffe do Espaço, em lona de caminhão, quase pulou no meu ombro.
E as borboletas fofinhas voaram por meus desejos, dando um toque de graça aos vinhos e espumantes.
Uma só espiada para o pátio basta para entender a proposta abaixo. O cenário é para fazer o piquenique mais cinematográfico da vida... ..E para isso a Casa oferece a logística completa: a sacola de palha, a toalha... E as delícias todas para os comes e bebes.
Ao cliente cabe o duro conflito de escolher o seu lugar ao sol ou à sombra para estender a toalha, recheá-la das gostosuras e abraçar o momento para não perdê-lo jamais. O entorno da Casa Vanni é assim, como ilustração de livro infantil, onde a grama é tão macia e de um verde tão luminoso que merece ser chamada de relva. As árvores parecem desenhadas e a trilha sonora, porque a cena não poderia dispensá-la, vem do riacho, das águas que afinam o som com as pedras, cristalinamente zen.

Só um AMÉM pode fechar este capítulo "abençoado por Deus e bonito por natureza..."


No último capítulo, o pouso lá no alto junto aos vinhedos de Pinto de Bandeira.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Férias (deliciosas) de 24 horas - 2º capítulo

Seguindo pelo Caminhos de Pedra, a Casa do Artesão é parada mais que obrigatória para a alma crafter que nunca tira férias. No chalé guardião da história, os serralheiros dão as boas-vindas movidos pelo vento da serra, em dia de sol e temperatura de verão, presente para as viajantes.
Uma coleção de cactus, por todos os lados, e a romântica roda d´agua convidam a ficar no pátio sem pressa. Só assim para registrar a palheta de cores, formas e sons que passam pela roda e ganham acompanhamento sinfônico dos pássaros silvestres.

Uma placa escrita à mão na entrada de uma casa, mais atrás na estrada, avisa: "Faço ladrilhos hidráulicos". Para! - peço à motorista. Bato palmas, chamo, espero cheia de esperança, mas as janelas e porta continuam fechadas. O artista não está, fazer o quê? Com uma frustraçãozinha estampada no rosto, seguimos. Mas logo em frente, ali na Casa do Artesão, encontro um pouco da obra e da história do mestre do revestimento em algumas poucas peças (bandejas) à venda na loja. A produção é pequena, explica a moça, porque o artista é pedreiro e tem pouco tempo para se dedicar aos ladrilhos. Bom, mas agora já tenho o mapa para um dia matar a curiosidade e ver de perto como se produz essas lindas peças que já foram desprezadas e hoje voltam a cobrir o chão com a beleza de suas cores e geometria.

Madeira recortada como se fosse papel emoldura as aberturas e a beirada dos telhados. (Lembrei da tua casa, Laély!)

E lá dentro, um par de bules esmaltados rouba a cena e me devolve à menina que desde cedo gostou de café, mais ainda na casa da tia, vó por adoção.

No próximo capítulo (amanhã, prometo), Casa Vanni, porque o lugar merece um post exclusivo. Quer uma provinha?

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Férias (deliciosas) de 24 horas - 1º capítulo

Necessidade urgente de mudar de cenário e câmera na mochila, lá fomos nós, a amiga companheira de outros tantos desbravamentos e eu, rumo às montanhas do vinho. Em pleno meio de semana, porque às vezes a gente precisa (e merece) sair do caminho de todos os dias, a sensação de liberdade ganha aura de aventura.

Já na primeira parada, para um pequeno lanche-almoço, as surpresas começam a dar as caras. Bem que o forno na entrada avisa: italianos comem bem e não economizam nos ingredientes.


E a "torradinha", em berço gringo, chega com tudo e mais um pouco que se tem direito arregalando nossos olhos. As fatias gigantes de pão caseiro, fartamente recheadas de queijo colonial e copa, tomam conta de um prato refratário. Serviria as duas, com certeza, mas não fomos avisadas a tempo e então vamos ao "sacríficio", que venci pela metade.


Mas não só de comida farta vive a peculiariade desse lugar. Em um dos cantos, uma cadeira sobre uma mesa me puxa para perto. A dona do Café explica, enquanto olho e olho a beleza do trabalho: ela e a mãe restauram cadeiras cobrindo-as por inteiro com colagens de papel de revistas e jornais. Peças únicas, com designer e acabamento dignos de figurarem nas melhores revistas de decoração. Artesanato original, nem sempre fácil de se encontrar nas rotas turísticas.


Os tons com suas várias nuances impressas no papel conferem delicadeza e identidade às figuras que vão compondo a colagem, no final envernizada.


Onde fica esse reduto de surpresas? Em Nova Milano, no caminho para Bento Gonçalves (RS).


E é por esse caminho que se chega a outro que já fez bonito até nas telas de cinema: o Caminhos de Pedra, onde nesta propriedade foram filmadas algumas cenas do filme "O Quatrilho", em 1995.



Na Cantina Strapazzon, a casa construída toda de pedra irregular em 1880 é a grande atração, nos levando ao passado dos primeiros imigrantes italianos. Nela conhece-se o processo de elaboração do vinho e, no porão da residência da família, as provas de salame, queijo, copa, graspa, suco de uva, vinho, chimia trazem a tradição colonial ao paladar.


As paredes cobrem-se de reverências aos antepassados.



Como não bebo, outros recursos acordam os sentidos, como "degustar" cada detalhe dos rótulos, arte gráfica de primeira.



E como adoro comer, bem-vindas as provinhas salgadas e doces que só aumentam o dilema: Como escolher o que levar pra casa, Dio Mio?


*No próximo capítulo, outros achados pelo caminho...*