quinta-feira, 22 de julho de 2010

Abraçando Cecília forever

A filha Helena já tinha me dado a alegria do abraço real, depois de muitas trocas bloguísticas, e de dividir a mesa num jantarzinho inesquecível aqui em casa, junto com minha hóspede Laély, no início de junho. Ontem, no capítulo seguinte da nossa história recheada de sincronias, foi a vez de abraçar Cecília, a mãe. E a tarde emburrada e fria do Sul ganhou ares de festa que o coração reconhece quando não vê o tempo passar e o papo se desenrola macio como novelo de lã nas mãos das tricoteiras. Tal mãe, tal filha, as duas são mestras em quiltar tecidos, linguística e também assuntos para uma conversa colorida e harmoniosa, e assim foi nosso café na Villa D´Assisi, espaço bacana em São Leopoldo que reúne um combo de belas propostas: restaurante, livraria, escola de música, ambiente para exposições e shows de boa música, tudo isso ambientado numa casa de grande bom gosto.
Gosto bom experimentado pelas meninas nos doces e bebidas, como o "Brasileirinho", escolha certeira da carioca Cecília que não se intimidou com a baixa temperatura e optou por um café com sorvete. Não poderia me encolher, como gaúcha e entusiasta do inverno, e acompanhei o pedido da visita em outra versão: waffle quentinho com sorvete de creme
.

Mas antes disso, Edna, cunhada de Cecília, encarregou-se da trilha sonora do encontro no piano à disposição dos clientes. Despretensiosamente, nos presenteou com sua música e fez bonito.
Seguindo o tour pela Villa, na livraria mais uma sincronia aguardava Cecília bem à mão na estante que tem como atração os relógios mostrando as horas em diferentes partes do mundo: Tito Madi, citado por ela no post de chegada ao Rio Grande, que pode ser visto aqui.
Amizades que rapidamente criam intimidade é dádiva preciosa. Em pouco mais de uma hora estávamos tão à vontade que o papo passou também pelo banheiro, um show de estilo na Villa. Sabíamos que as meninas que nos acompanham também gostariam de conhecê-lo e, então, tratamos de clicar.
O amplo toalete da casa, que já foi moradia, manteve seu estilo anos 60 (ou seria 50?) e causa impacto. Um túnel do tempo com os azulejos contrastantes, almofadas, flores, bancada, todos na mesma paleta de cores (e seguindo o preto e rosa, a fotógrafa e sua bengala, com destaque para o colar com mandala: olha ele aí, Helena!), um ambiente totalmente "mulherzinha" que nos faz sentir divas em um camarim.
Menos diva, mas com um outro glamour embalando a aura, o das boas experiências vividas, começo mais um dia gelado com direito a auto-retrato, com a alma e o peito aquecidos pelos pontinhos da Cecília.
Abençoados são os pontos de luz que nos agrupam nesse surpreendente patchwork das vidas que se encontram, forever.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O pequeno e o gigante

Quem será que se escondeu entre a bruma e os cogumelos no tronco que já apareceu aqui, em época de Natal, e hoje brinca de esconde-esconde em parceria com outro que resolveu entrar em ação?
Onde estará o gigante que acordou assoprando um bafo tão quente na rua que a umidade não poupou nem a lente da câmera, provocando mágicos efeitos, e faz a casa fria transpirar às bicas pelas paredes...
vidros... espelhos...
chão...
transformando a gatinha e as rosas perfumadas em peças de cristal?
Ah, seu malandrinho do jardim, será que também estás com a alma incomodada ou te deleitas vendo os cogumelos crescerem afoitos no seu dia ideal...
pensando talvez num banquete para logo mais à noite...
enquanto à humana aqui só resta encontrar tarefas bem comportadas, sentadas, já que o chão escorregadio é perigo grande e constante para a turma dos bengaleiros?
E como os vidros das mandalas também aderiram à transpiração, e assim sem condições de serem pintados, acendo o forno para matar dois coelhos: finalizo as "bolachonas coloridas" e o calorzinho ajuda a secar a cozinha, que mais parece pista de patinação.
Que venha o vento frio para por a correr esse ogro...
e nos salvar do mofo e do frio da alma desabrigada! Amém!

terça-feira, 20 de julho de 2010

Casa de amigo

(na casa da amiga Jane, as bonecas by Rosana, presentes para ela ao longo da nossa longa trajetória, testemunham a parceria e a cumplicidade)
Na casa do amigo
os móveis flutuam
a um palmo do chão.

O ar é mais leve:
em cada recanto
os pássaros tecem.


Na casa do amigo
todas as confidências
são permitidas.

Todas as palavras
são entendidas
tão facilmente,
que é como água
falando com água.

Na casa do amigo
o coração se alimenta.
(Roseana Murray)

(e nos papos emendados por horas a fio, a vida ganha capítulos iluminados tal e qual propaganda de margarina)

Aos amigos, irmãos que se escolhe, todos, os daqui e os daí, um abraço redondo de carinho e gratidão.