sábado, 9 de março de 2013

Cupcakes de Páscoa


Sábado é dia de bolo, assim como segunda-feira é dia de cozinhar feijão, sexta, faxina, e domingo, a  velha tradição gaúcha, churrasco. Mesmo que essa rotina nem sempre se cumpra, e é melhor que seja assim, gosto desses rituais domésticos com um quê de saudade dos cheiros, movimentos, alegrias singelas de uma casa onde era filha e esboçava a dona de casa que fui dividida com a profissional por anos a fio  e hoje, assumidamente full time.
Então hoje o dia foi ritualístico dentro de tradições que vão se reinventando, encabeçadas por outro personagem que demonstra também curti-las com um entusiasmo que apimenta nossa relação. (rs) Bruno, o sobrinho que é por demais conhecido aqui, já chegou avisando que queria fazer "aqueles" cupcakes de cenoura. Num misto de empolgação e canseira antecipada, concordei, mas fui logo avisando que não ralaria as cenouras sozinha. Ele não se intimidou. Assumiu que se encarregaria da dura tarefa e cumpriu a promessa. Ralou as três cenouronas do início ao fim, e terminou com alguns dedos ralados também, mas nada que lhe roubasse a empolgação. Para ser bem honesta, assumiu toda a confecção dos bolinhos sozinho, enquanto essa tia pipocava entre uma coisa e outra e dava seus pitacos. 
A receita é mesmo daquelas que, depois de provada, não se esquece. Muito diferentes dos bolos de cenoura convencionais, batidos em liquidificador, esses cupcakes têm um sabor bem especial, uma mistura de aromas (o gengibre faz toda diferença!) e textura que  são uma festa já na primeira abocanhada. Um achado precioso que fiz com a grande crafter Ana Sinhana, também boleira de primeira, com quem adoro trocar figurinhas culinárias. Aqui você encontra a receita bem explicadinha, com todos os detalhes como só uma virginiana é capaz de passar.
Fuê pra que te quero! Pra que batedeira se temos um braço forte à disposição?
Depois de assados e frios, resolvemos inovar na cobertura (apesar da original, de cream cheese, ser ma-ra-vi-lho-sa) pensando na Páscoa que vem aí. Preparamos, ops, ele preparou nossa falsa ganache, misturando 160 gramas de chocolate meio amargo, derretido em banho-maria, com meio pote de doce de leite e, uma novidade trazida pelo mestre-cuca: uma pitada de sal. Fiz de conta que conhecia o truque e expliquei -  o sal "acorda" o sabor do chocolate! - e ele aprovou a explicação.
Se a graça do menino era comandar a cozinha, para mim estava muito mais em brincar de fotógrafa. Um clique com esse pratinho... Outro clique com outro pratinho... Em outro ângulo...Vamos ver como fica com a rosinha cor-de-laranja...

E com a coelhinha, não é fofo demais?


Fofo mesmo é ter com quem trocar de papel numa dinâmica tão saudável quanto nossos bolinhos. Que as parcerias nos enriqueçam sempre! Amém.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Ovinhos shabby chic, quer aprender?

Que sou obcecada por casquinhas decoradas não é novidade, já declarei meu encantamento por elas tantas vezes por aqui. Todo ano passo horas na net namorando as infinitas possibilidades, testando, buscando inventar com diferentes materiais... Terapêutico, sempre, na busca e na execução. É meu jeito de viver a quaresma, ainda que pareça somente uma atividade manual. São semanas recheadas de um astral leve e colorido enquanto convivo com ovinhos, biscoitos, guirlandas... Assim imagino a Páscoa, simples e criativa, e assim, por tabela, trabalho em mim essas características que peço ao universo nunca perder. O Facebook multiplicou por demais o acesso às novidades do povo criativo e foi lá que uma amiga também arteira me mostrou as casquinhas que me arrebataram daquele jeito que só quem vive as artesanias 24 horas pode compreender. O caminho das pedras, ops, dos ovos provenciais é este aqui.
Ansiosa para dar andamento à ideia,  precisei ajustá-la ao material disponível, e na falta da ferramenta básica para fazer os furinhos que reforça o ar shabby chic, o Dremel, concluí que sem eles as peças também poderiam ficar interessantes. E começaram os testes...

Desenhei arabescos com cola dimensional dourada, inventando formas, nas casquinhas brancas. 
Esperei secar  por  umas 8 horas (o tempo comprido...rs) e inicialmente pintei toda a casquinha com tinta branca a base de água. Nos próximos, optei por pintar somente os arabescos e o miolo das peças.
Depois de bem seco, passei lixa de unha, de leve, e fui desgastando a pintura sobre os arabescos para dar o efeito envelhecido.

Na próxima etapa, recortei pequenas flores de guardanapos de papel  e fixei com bem pouquinho de cola, semelhante a uma decoupagem.


E aí estão os belos, muito chiques, sobre uma bolachona de madeira com caminha de palha, à espera do recheio. Amendoins açucarados, a delícia maior da Páscoa para meu paladar infantil.
Que a quaresma nos abençoe com a alegria de preparar a Páscoa com carinho. Amém.