sábado, 23 de março de 2013

Singelezas de Páscoa

Se tem exercício que me faz esquecer do mundo é esse de dar forma a uma proposta sem ideia preconcebida. Adoro os movimentos da criatividade que vão buscando elementos daqui e dali para montar um projeto que se desenvolve assim, espontaneamente, e num belo momento, se mostra pronto.

Foi com esse astral que nasceu o arranjo de Páscoa no balcão da cozinha. Primeiro chegou o coelho, um bibelô barato que ganhou "maquiagem de porcelana" com uns jatos de tinta spray. Foi logo pulando no prato de bolo e pedindo companhia.

Busquei então a saboneteira de anjinhos e foi só olhar para os lados para ver que a pomba de massa de pão, criação da nossa cuidadora na última fornada, ficaria muito bem instalada nesse ninho celestial. Um pouco de palha e pronto, a imagem do aconchego. 


Em outro espaço da cozinha, dois pequenos cachepôs saltaram à vista. Bingo! Do tamanho e textura que a cena precisava. Daí foi só dar um pulinho no quintal e colher as cores que me falam da Páscoa:  o rosa das flores da Sete Léguas e o azul-quase-roxo das últimas hortênsias.
Tão singelo e tão sedutor aos meus olhos cansados de decorações carregadas ao estilo vitrine de shopping.
Que a gente desenvolva mais e mais o olhar certeiro ao que nos rodeia, e "faça chover" com o que se tem à mão. Valendo tanto nas lidas arteiras, como no trânsito com as situações da vida. Amém.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Minicestos com amendoim açucarado

Sou apaixonada pela cestaria indígena. Em nossa região, é comum encontrar índios kaingang, na maioria meninos e meninas (uma carinha mais linda que outra, numa rotina tão questionável pelos direitos das crianças), vendendo seu artesanato super colorido pelas ruas. Nessa época, a oferta fica ainda mais vistosa e irresistível e preciso fazer uma ginástica de autocontrole sempre que passo por eles.
(foto Delfim Martins)
Se resisto à compra, aproveito a inspiração para mais uma invenção com as casquinhas de ovos.  Substituo a palha por tirinhas de papel crepom bem torcido e vou colando na base, misturando cores.
Para uma bossa, uma trancinha fica lindo! 
As possibilidades são muitas para os enfeites e acabamentos. 
Dá pra fazer alcinhas, tampinhas, arabescos, flores...
Não vou mentir, precisa-se de uma boa dose de paciência, especialmente com a meleca da cola. Mas, rendam-se: o resultado compensa, não?
Prontinhos, para rechear também temos várias opções: M&M´s, jujubas, balinhas, mas os meus, não penso nem meia vez,  amendoins açucarados, sempre!! A maior perdição da Páscoa, troco chocolate por um bom punhado deles, sempre! Por isso,  testei várias receitas até chegar nesta com aquele "pulo do gato" que faz toda a diferença.

1/2 kg de amendoim cru (com casca)
3 xícaras de açúcar
1/2 xícara de café forte
1 colher (sopa) de chocolate em pó
1 colher (chá) de canela em pó
1 colher (chá) de fermento em pó

Misture todos os ingredientes numa panela grande e funda.
Leve ao fogo e quando a calda começar a engrossar, mexa até secar.
Retire do fogo e despeje numa assadeira untada.
O "segredinho" para ficar bem crocante: coloque no forno médio por 15 minutos, mexendo de vez em quando para não grudar.
Espere esfriar e guarde em pote bem fechado. 
Que dar forma ao que nos encanta seja um exercício de prazer incorporado a nossa rotina como talismã contra as chatices. Amém.