Eis a receita descoberta ainda criança e desde lá seguida à risca para não "pirar". Na companhia de linhas, agulhas, tecidos, mais fácil fica lembrar que a vida segue mostrando sua beleza, todos os dias, mesmo quando o céu fecha a cortina e aqui embaixo precisamos fazer um esforcinho maior para lembrar que o sol mora sempre lá, soberano, bem no alto, onde nossos olhos nem sempre conseguem ver.
Então, em tempos de aflição com mãe doente, minhas mãos imitam as delas, tão habilidosas, e trabalham para ajudar a descansar a mente e sossegar o coração. E assim nascem, meio que milagrosamente, coisinhas coloridas, um sinal que me alegra e tranquiliza: a receita continua funcionando.
Talvez em busca de aconchego, fiz almofadas. A primeira, uma cena idêntica a que não cansava de desenhar quando menina. Com os recursos da patchcolagem, aplicar formas de tecido é quase uma brincadeira de montar. Ah se aquela menina tivesse um rolo de papel termocolante.... - imagino enquanto costuro.
A outra comecei a crochetar o miolo pela estrada afora, na volta de Garopaba. Depois foi só fazer um fuxico gigante, recheá-lo com manta acrílica e costurar a mandala colorida no centro. Fiz também uns biquinhos de crochê em volta, para modelar melhor a peça e dar um arzinho ainda mais de vovó.
Para completar o canto do crochê, o xale trazido da praia no encosto do sofá e a primeira almofada crochetada aqui. Porque gracinha chama gracinha, a boneca vintage volta e meia recebe a companhia dessa outra fofura, que se encarrega de "enfeitar" as almofadas com seus pêlos branquinhos. Nada que boas sacudidas (nas almofadas! rs) não resolvam.
E a outra metade do coração aquele, que sábado ficou famoso lá no BananaCraft (obrigada, Dani!)? Ganhou outra personagem e a mesma frase para presentear a sobrinha. Para uma alminha-gêmea da minha, pude soltar o freio, abrir as janelas da imaginação, e aí as borboletas e abelhinha voaram em bando para alimentarem-se das ideias da menina-flor. Colhi zínia rosada e lavandas bem cheirosas e amarrei no presente embalado. Acho que a menina-flor aprovou, parece que até a ouvi batendo palminhas lá dentro. E a menina aniversariante, essa fez o mesmo, mas com seus olhos, em piscadinhas de tanta luz!
E enquanto alinhavo o post, a voz que acorda a memória da sabedoria repassada começa a me assoprar fragmentos de uma das mais belas orações, reconhecida assim pela semente mais funda da minha alma. Vou atrás dela e reencontro um tesouro em forma de livro. Uma pausa para mergulhar na força de um jardim. O pequeno livro, O jardineiro que tinha fé, da minha valiosa mestra Clarissa Pínkola Estés, na íntegra você encontra aqui. A oração divido com vocês:
Para completar o canto do crochê, o xale trazido da praia no encosto do sofá e a primeira almofada crochetada aqui. Porque gracinha chama gracinha, a boneca vintage volta e meia recebe a companhia dessa outra fofura, que se encarrega de "enfeitar" as almofadas com seus pêlos branquinhos. Nada que boas sacudidas (nas almofadas! rs) não resolvam.
E a outra metade do coração aquele, que sábado ficou famoso lá no BananaCraft (obrigada, Dani!)? Ganhou outra personagem e a mesma frase para presentear a sobrinha. Para uma alminha-gêmea da minha, pude soltar o freio, abrir as janelas da imaginação, e aí as borboletas e abelhinha voaram em bando para alimentarem-se das ideias da menina-flor. Colhi zínia rosada e lavandas bem cheirosas e amarrei no presente embalado. Acho que a menina-flor aprovou, parece que até a ouvi batendo palminhas lá dentro. E a menina aniversariante, essa fez o mesmo, mas com seus olhos, em piscadinhas de tanta luz!
E enquanto alinhavo o post, a voz que acorda a memória da sabedoria repassada começa a me assoprar fragmentos de uma das mais belas orações, reconhecida assim pela semente mais funda da minha alma. Vou atrás dela e reencontro um tesouro em forma de livro. Uma pausa para mergulhar na força de um jardim. O pequeno livro, O jardineiro que tinha fé, da minha valiosa mestra Clarissa Pínkola Estés, na íntegra você encontra aqui. A oração divido com vocês:
Recuse-se a cair.
Se não puder se recusar a cair,
recuse-se a ficar no chão.
Se não puder se recusar a ficar no chão,
eleve o coração aos céus e,
como um mendigo faminto,
peça que o encham,
e ele será cheio.
Podem empurrá-lo para baixo.
Podem impedi-lo de se levantar.
Mas ninguém pode impedi-lo de elevar seu coração
aos céus — só você.
É no meio da aflição que tantas coisas ficam claras.
Quem diz que nada de bom resultou disso
ainda não está escutando.
Se não puder se recusar a cair,
recuse-se a ficar no chão.
Se não puder se recusar a ficar no chão,
eleve o coração aos céus e,
como um mendigo faminto,
peça que o encham,
e ele será cheio.
Podem empurrá-lo para baixo.
Podem impedi-lo de se levantar.
Mas ninguém pode impedi-lo de elevar seu coração
aos céus — só você.
É no meio da aflição que tantas coisas ficam claras.
Quem diz que nada de bom resultou disso
ainda não está escutando.
(A florzinha singela nascida do considerado inço, numa frestinha de nada de terra na minha escada, é a oração viva, e a ela dou vivas!)
Amém!
21 comentários:
Rosana,
Você escreve divinamente e seu talento com as linhas e tecidos é também inegável.
Parabéns!!!!
Obrigada por proporcionar a nós visitantes, tamanha alegria.
Grande beijo, Norma
OI, Rosana!!!
Que lindo o poema!!! E os seus bordados, costuras, recortes... então...!!!! São pura poesia. A paisagem da almofada, foto um, lembra e mto, meus desenhos de infância, a infância que já vai longe, mas que vive aqui dentro... e é acordada a cada lembrança...
Bjs... a vida se faz até mesmo em lugares que julgamos sem vida, não é? Tua flor é prova disso.
Oi Rosana, nem imagino o que eu faria com um pedaço de papel termocolante quando menina...KKKKK! Mas certamente é receita certa para sossegar coração, e que coração não é? Refletindo os traços de criança que adoro ver em tuas invencionices...Lindas!! Só podia acabar em poesia...bjobjo!!
Rosana, qtas criações fofas. As almofadas de croche estão magníficas, a outra metade do coração que foi pra sobrinha, ficou escandalosamente linda, não sei qual metade é mais bela... e a poesia??? É melhor que qq livro de auto ajuda...tudo especial, até a linda flor da escada, bjssssss.
Amém, querida!
Ainda bem que tem olhos para essas singelezas, capazes de fazê-la voltar a achar que a "vida é bela".
Um abraço!
Ro, melhoras para a mãe e fica bem...bjinho!
Rosana, linda, fiquei emocionada com essa postagem.
escrever, para você, deve ser muito fácil, pareçe que flui...
Sua alma está preocupada, aflita com a mãe, mas não se deixe abatida.
As mães têm esse dom, estranho, de ficar doente e sarar depressinha, para alegria geral. A sua logo, logo, estará boa.
Adorei a oração, vou copiar. E vou procurar o livro de Clarissa para ler.
Estou muito gripada, mas ligada em minhas amigas queridas. beijo e fique bem. Amem!
Oi Rô! Seus post são minha lembrança da beleza da vida! Me emociono sempre! Agora, estou sempre pensando em fazer almofadas, será que estou procurando um conforto?
Seus post me faz olhar pra dentro e pensar sempre em melhorar! Obrigada!
Já ia esquecendo de elogiar as suas lindas almofadas! Lindas!
Bjkas
Que inspirador esse teu post! os trabalhos, todos lindos, cada um a seu tempo...
Queridas Norma, Dri, Cris, Anita, Laély, Antônia, Cris Rosa, Marion, a troca com vocês é um amém em coro que me fortalece e ampara. Obrigada, de coração, por todo carinho, gentileza e cuidado comigo! Beijo bem grande!
Rosana,
Que lindas as almofadas! E o texto, como sempre, encanta e toca a alma.
Que tudo se resolva bem com a Mama.
Um grande abraço,
Helô
Que coisa fofa, as almofadas e o texto. É bom poder usufruir dessa sua inspiração. Beijocas!
Olá Rosana,
Uauuu, que lindo!!!Adorei esta postagem, trabalhos inspiradores, mais poesia e mais milagre da vida, com a pequena flor na fresta da pedra!
Grande beijo para a grande poetisa!!
Jud-artes
Ai tudo tão lindo...Eu também fazia esses desenhos felizes da primeira almofada (ainda faço). A segunda ficou um charme. Adorei o biquinho em volta dela. O conjunto então, com o chale de fundo ficou com ar de cantinho da vovó - que remete ao aconchego. Estão nos meus planos refazer a decoração da minha sala nessa linha. Hoje pela praticidade minhas almofadas são bem sem graça, de chenile bege e marrom mas sonho com essa carinha de casa de vó, afinal já me tornei uma rsrs. Quanto às roseiras, tem uma lá na chácara que não tem espinhos, é bem singela, as rosas nascem nas cores creme e rosa e o pé fica carregado. Elas abrem muito rápido e são umas das minhas preferidas. A florzinha da última foto é linda. bjs querida
Olá Rosana! Passeando pela net encontrei o seu blog! Nem sei dizer qual foi o trabalho mais bonito que vi pois todos são lindos!Adorei o quadrinho de coração!!! Parabéns pelos belos trabalhos ! Mil beijos com carinho
Querida Rosana!
É tão bom vir até aqui, no teu mágico cantinho e encontrá-lo assim,tão cheio de vida e colorido! Sei que tudo vem das tuas mãos de fada mestra, que vive à procura de traduzir,em objetos, o teu encanto e paixão pela vida!
As tuas delicadas e belas almofadas parecem desabrochar como flores no jardim de um caminho de sonho! Muito lindas!
Venho aqui também hoje, para agradecer pelo teu carinho de sempre, e pelas palavras doces e ternas, que tu me enviaste por conta de mais um ciclo de vida...Obrigada de coração, minha querida amiga!
Desejo tudo de bom pra ti! Que a tua mãezinha se recupere logo e que continues nos encantando com as suas lindas artes que certamente vem da tua alma generosa e iluminada!
Receba o meu abraço carinhoso no teu coração!
Teresa
Rosana, passei por esse momento em 2010 e foi muito doloroso.
Me agarrei em trabalhos manuais porque, como para ti, eles fazem parte das minhas lembranças (ela sempre bordando,planejando), e atividades desde a adolescência.
Desejo que tua mãe logo melhore e possa estar ao teu lado apreciando essas belezas que produziste, poesia e oração com agulhas e linha...
Bjos.Sílvia
Rosana, estou apaixonada por suas almofadas: a de casinha, a de fuxico com mandala de crochê, a que só tem crochê, e a almofada de bonequinha... que fofinha.
Não sei nem o que falar da outra bonequinha toda enfeitadinha - que faceira que ela é!
Rezei com você. Rezei por sua mãe. Que ela fique boa rapidinho.
Abraços.
Espetacular o que vc escreve! Vc já publicou algum livro? Olhe que vc seria campeã em vendas, viu. Todas as b^nçãos para vc e parabéns tbém pelos bordados! Meu grande abraço!
Bom dia Rosana, seja muito bem vinda ao Casa! Também sou seguidora e estarei sempre por aqui ...tenha um lindo dia! Bj
Estou amando passear por aqui, beijos.
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