domingo, 10 de junho de 2012

Com a alma (gaúcha) acordada

Sou gaúcha de meia-tigela no que se refere a muito das tradições. Nessa casa, até o chimarrão é presença rara, desfila apenas entre o povinho do baú para fazer uma graça na sala com as miniaturas adoráveis. Mas o quando o frio chega rachando, como nos últimos dias, reafirmo a certeza de que adoro meu berço gaudério, que não escolheria nenhum outro lugar para nascer e viver. E enquanto muitos queixam-se das mazelas que vêm com as baixas temperaturas, preciso até frear um pouco o entusiasmo seguindo a máxima aquela que gosto não se discute (mas que a gente gosta tanto de desobedecer)
Com o termômetro quase zerado pelas manhãs, e não chegando aos 15 graus com sol alto, a disposição sobe muitos degraus na escala de produtividade.

Queria multiplicar as horas ou ter mãozinhas extras para dar conta de tantas vontades. Elas passam pela cozinha e pelas manualidades, duas paixões que sempre lideraram o ranking dos prazeres, e fazem um fuzuê na ordem das coisas. Cozinhar, mandalar, crochetar, costurar, sem abandonar o posto de cuidadora da mãe, prioridade primeira, nem sempre faz uma boa salada. Estar centrada nos passos de cada tarefa é condição inegável para um bom resultado. Aprendi na caminhada de mais um trecho comemorado recentemente só com aqueles amigos bem de casa, num chazinho tão retrô quanto os sanduichinhos na bandeja herdada da mãe.
O bolo, por falar nisso, o mesmo do níver do filho, está participando de uma orgia chocólotra lá na casa festeira da Bonfa. Dá uma passadinha se quiser votar nessa boleira aposentada (rs), receita número 44. O pequeno confeiteiro agradece em meu nome oferecendo a cereja mais bonita do bolo.
Mas como volta e meia bato de frente com a sabedoria adquirida, aqui estou eu misturando palavras, mandalas que secam, máquina que centrifuga a roupa, de olho na hora dos remédios da minha bebezona,  procurando uma programação na tevê que lhe agrade (tarefa difícil, especialmente aos domingos, mesmo nos canais fechados) e preparando arroz de leite, doce super popular também aqui no Rio Grande.
E como a semana está liberada às fofuras vindas do coração, montei agorinha uma versão romântica  da receita junina, perfumada de canela e do cravo-da-índia que recheia esse encanto de almofadinha, presente da amiga Marli.
As mandalas, costurinhas, crochês e mais outras cositas que andam preenchendo meu tempinho de folga, prometo mostrar logo.  E agora deixa eu seguir a dança das horas, no ritmo do ventinho gelado lá de fora que embala minha alma do jeito que ela mais gosta.Amém.
Atualizando:
A política inexperiente chegou atrasada para pedir voto. A enquete da Bonfa tá encerrada, mas vale a pena a visita para salivar muito com as mais de 60 receitas a base de chocolate com fotos tentadoras.
O cortador de biscoito usado na decoração do arroz de leite ganha novo uso para fazer uma feltragem lindinha. A Maria Amélia ensina aqui.
E a receita do arroz, aqui chamado de leite, mas mais conhecido como arroz doce em outras regiões, é daqui, enriquecido por leite condensado e leite de coco, um casamento perfeito.

16 comentários:

Marcela Pontes disse...

Nossa, tão verdadeiro seu texto.
Por uns instantes, cheguei a sentir a energia da casa, do friozinho do RS e o gostinho do arroz de leite.
Bjkssss

Maria Amélia disse...

Delícia de post! O sanduíche me lembrou um da minha adolescência quando depois de passar maionese, cortávamos a fatia de pão de forma em 4 e enfeitávamos com uma folhinha de salsinha e uma florzinha de pimentão vermelho. Parabéns!. Aprendi mais uma, esse coração na xícara eu não sabia fazer... bjs.

Fabiano Mayrink Isenhour disse...

Oba! Definitivamente tenho que concordar com vc que o clima ameno e um gostoso friozinho tambem me seduz! :)

posso ser sincero com vc minha amiga gaucha que na verdade NUNCA senti frio como tem por ai nos lados gauchos! já senti frio na roça e em madrugadas ao céu em alguma festa, mais creio que o frio de quase zero como vejo aq deve ser um frio de doer os ossos, mais bem que qria experimentar ainda mais se fosse rodeado de tanto conforto e coisas gostosas como tem ai na sua casa :)

sempre falo que o sul não parece Brasil pois minha vivencia não conta a experiencia de invernos gélidos como os dai, alguns amigos percebi que ficam chateados com essa minha afirmação, mais enfim, é minha opinião!

um abraço Rosana e muitos dias gostosos por este inverno que nem começou brrrrrrrrrrr :) :)

Cecilia e Helena disse...

Que post mais gostoooooso! Lindo, Ro! Vou ali votar no seu bolo!
Beijo,
Helena

Cecilia e Helena disse...

Que pena, Ro! Cheguei lá e a enquete já estava encerrada! Cada foto mais linda que a outra, hein?

Cecilia e Helena disse...

Olá, Rosana!
Você sabe como eu amo o frio, não é?
Lindas palavras, como sempre tão inspiradas e inspiradoras. Saudades de você (de ti).
Abraço da Cecilia.

Taia Assunção disse...

Adoro essa dinâmica da casa, onde nossos braços se multiplicam...seu entusiasmo de menina contagia. Beijocas e boa semana, que tenhas bastante saúde e energia para realizar tudo aquilo que deseja. Beijocas!

Anônimo disse...

Ah! Delícia esse frio, também adoro... HUMMM E esse arroz de leite no friozinho enrrolada num cobertor...

Fabiano Mayrink Isenhour disse...

bem que eu imaginei que era mesmo arroz doce rs

HelôZanardi disse...

Rosana,
O frio é mesmo tudo de bom e com muito sol como na semana que passou,uma benção!! Muitos reclamam, não gostam, mas não tem como contentar a todos. Mas eu adoro o frio, a energia que ele me dá, o poder fazer muito e tudo sem derreter, sem suar por todos os poros. Adorei este post e muito o anterior, sobre o mês de maio, que definiu muito bem e até justificou o porquê do meu sentimento de que o ano realmente começa em Maio e não é só por ser taurina.
Um grande abraço,
Helô

Beth disse...

Como é bom te encontrar por aqui...
Encontrei uma coisa com a qual não comungamos, o tal "inverno". Semana passada durante três dias as temperaturas foram negativas e com o sol beirava 10°. No passado gostava de inverno, sempre afirmei que é a estação em que nós mulheres podemos ser mais elegantes, mas agora, a elegância foi pro brejo e ando pela casa enrolada num cobertor... "visão dantesca" como diz meu filho!
Senti aqui o aroma do arroz de leite!
Fique bem amiga querida.
Abraço carinhoso,
Beth

Ivani disse...

Olá querida, devo confessar que não compartilho com você esse gosto pelo inverno.
Fico dura, dói tudo, tenho dificuldade para relaxar, me movimentar livremente.
Pareço sempre travada, enrolada em blusas e meias e calças, credo!
Não gosto nao!
Mas tem seus encantos, em cartões postais e fotos coloridas rsrsrsr.
Quanto ao arroz doce, e aqueles sanduiches que voce mostrou na bandeja, estão atraentes demais.
Amo ler o que voce escreve, fico feliz em vir aqui.
Beijos querida, bom inverno pra você, porque o meu tá difícil....

botão de chocolate disse...

Delicia de frio.Nada melhor para trabalhar com agulhas e panelas que esse tempo de termômetros baixos.Adorei o post e seu texto sempre ótimo.bom final de semana e altas produções.Lu

Adriana disse...

QUE POST LINNNDO!!! ADOOORO UM FRIOZINHO!!!

BEIJINHOSSSSSSSSS

bedroom decorating ideas disse...

Hello here,
Amém: mandalas e manualidades
Frankly I think that's absolutely amazing stuff in this post. Please continue posting such informative items.

Jô Bibas disse...

Rosana, o frio aqui também está do tipo... de querer ficar em casa inventando. Me diz uma coisa: arroz de leite seria o nosso arroz doce?
BJô